Com alguns problemas de roteiro e
direção, Blood Money chega às telas no Rio meio devagar nos seus primeiros
quinze minutos. A não ser que você goste de Direito Constitucional (americano )e
considere legítima a discussão do poder da Suprema Corte de legislar, vai
sentir cócegas para sair da sala.
Espere, eu diria. É preciso uma
viagem histórica para compreender a
trajetória da descriminalização do aborto nos Estados Unidos, desde o século
XIX.
O documentário de David Kyle peca por transformar um tema tão sério
em panfletagem partidária, com uma clara bandeira republicana. Críticas severas
ao presidente Obama e um discurso desnecessário do presidente Ronald Reagan em
prol da vida temperam de forma negativa o filme.
A eugenia, assunto que o filme
ameaça tratar, fica esquecida, perde-se no roteiro mal feito, assim como o
destino do “lixo hospitalar”, resultante das clínicas de aborto. E a gente fica
sem entender.
A máquina de dinheiro é cruel. O
aborto, segundo o filme, se transformou em um produto que dá lucro através do
desespero das mulheres, da falta de conhecimento, do abandono do parceiro e da
família. Blood Money ataca duramente as práticas da “Planned Parenthood”, uma organização americana, milionária,
que atua em vários países, promovendo, sem escrúpulos, a prática do aborto, sob
a máscara de planejamento familiar.
O aborto é um assunto delicado. Doloroso,
eu diria. O objetivo de defender a vida desde a concepção se dá através dos
comoventes depoimentos de mulheres que abortaram e que revelam as conseqüências: depressão,
tentativa de suicídio, vergonha e um eterno arrependimento. Uma monstruosidade
com a mãe e o filho, que não necessita de nada além de argumentos éticos que a
abominem.
Quem pensa que vai ver no cinema
argumentações de cunho religioso engana-se. As alegações pró-vida são baseadas
em dados científicos. Apesar disso, Blood Money, não abre mão da dispensável religiosidade
velada, sutil, simbólica; sem sentido, tamanha a brutalidade do tema. Mas sem
fanatismo ou discurso fundamentalista. Ainda bem.
O trailer aqui
Besitos.
Flavia
O trailer aqui
Besitos.
Flavia