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Móvel novo ou uma reflexão sobre o consumo

Eu sou adepta do aproveitamento, sempre. Quanto menos compramos, menos se faz necessária a retirada de matéria-prima da natureza e o descarte, tão difícil de administrar.
Alguns móveis, em bom estado, podem ser reaproveitados apenas com algumas intervenções. Às vezes, um conserto da marcenaria, uma lixadinha, pintura ou verniz, deixam novinha a mobília que ia para o lixo. 
É preciso pensar bem antes de sair comprando, comprando. Por que se compra tanto, para quê? Você compra porque é necessário ou porque quer mostrar que pode?
O desperdício é feio, desonesto. Se pensarmos que hoje, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo passa fome (dados da ONU), comprar o desnecessário, consumir o luxo é imoral. É preciso compreender a diferença entre necessidade e fetiche. É necessário ou está na moda?
O capitalismo nos induz, através da propaganda, a consumir sempre, mais, consumir sem pensar. E ainda atribui um status de superioridade a quem consome, a quem pode consumir. Um status irreal. Porque o valor não está nas coisas. As coisas nos servem, e não o contrário.









No caso do gaveteiro-aparador acima, o branco ganhou um cara nova apenas com pintura. O móvel é super básico: um gaveteiro que funciona também como aparador e serve no quarto, no quarto das crianças, na sala, no jantar, e até no banheiro, se esse for grande. Móveis assim são práticos. Vale a pena comprar porque, em caso de mudança, eles se adaptam na nova planta. E, uma pintura simples, o faz novo, renovado, pronto pra outra.

Urge que pensemos sobre esse modelo econômico no qual vivemos. Somos hoje 7 bilhões de habitantes na Terra. A produção atual de alimentos é suficiente para cerca de 11 bilhões, porém, 1 bilhão vive na absoluta miséria. Não é possível que não haja algo errado.

As duas imagens abaixo são extremamente chocantes. Entretanto são reais. Não fechemos os nossos olhos diante de tamanha maldade. 






A Guerra Civil da Nigéria ou Guerra do Biafra matou mais de um milhão de pessoas entre 1967 e 1970, principalmente de fome. Milhares de crianças foram acometidas de Kwashiorkor, patologia resultante da ingestão insuficiente de proteínas. O fotógrafo de guerra Don McCullin foi o primeiro a chamar a atenção para a tragédia. Fotografia: Don McCullin






Fotografia publicada em março de 1993 no “New York Times” e responsável pela ascensão de Kevin Carter como fotógrafo. Em 1994, Kevin ganhou o Prêmio Pulitzer de Fotografia. Embora a fotografia seja impactante, o abutre não estava tão próximo do menino como a fotografia sugere — fato que continua causando controvérsias entre jornalistas e fotógrafos. O garoto da foto chamava-se Kong Nyong e sobreviveu ao abutre, morreu em 2007. Kevin Carter, o fotógrafo, se matou em 1994. Fotografia: Kevin Carter


Besitos

Flavia :(


Imagem: Latino Living

3 comentários:

  1. A ordem por aqui é sempre renovar e reaproveitar, mas, para isso é importante também treinar o olhar para renovar com bom gosto, né? No caso dessa imagem, ta tudo lindo de se ver!
    beijos

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  2. Tudo bom Flávia?

    Parabéns pela postagem, eu também faço questão de me posicionar.
    Não me sinto bem em saber que em qualquer parte do mundo, ou até muito próximo tem gente passando necessidade, imagina a cabeça deste fotógrafo após ver todo este caos?!, e o mundo assistindo a tudo isto sem fazer nada, esperando um milagre divino!


    Um ótimo final de semana p/ vc.


    Beijos


    Audeni

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  3. Super concordo contigo! Como já dizia o Papa Francisco, o consumismo é desperdício. Desperdício é contribuir para a morte.
    Bjos

    www.casandoempetropolis.blogspot.com

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